Minha história com a escrita

Minha história com a escrita

A minha história é um tanto longa, e eu nem sei como posso contá-la para você. Na realidade, muitas coisas estão envolvidas com esses meus processos de descobertas. No meio do caminho eu já quis ser escritora, psicóloga, desenhista, nutricionista, bailarina… Mas, repare no que eu falei primeiro… Pois esta é a vontade mais intensa da minha vida, e é essa história que vou lhe contar.

Eu lembro como se fosse ontem, eu e meu irmão desenhando estórias em quadrinhos, de maneira aleatória. Eu deveria ter mais ou menos uns 5 anos de idade, ou até menos que isso, não lembro muito bem. Só me lembro de estar criando os quadrinhos sobre um gatinho, afinal, sempre fui apaixonada pelos felinos.

Eu ainda não escrevia, e quem colocava os títulos das minhas estorinhas era o meu irmão. Eu ditava o que queria que estivesse ali, e ele escrevia. Eu ficava feliz demais e guardava todos aqueles desenhos. Tinha em mente que um dia seria “desenhista” e que todas as minhas estórias virariam livros. Eu as guardava com muito amor.

E assim o tempo foi passando, e passando… Até que eu finalmente iniciei meus estudos. Lembro que na primeira série eu afirmava que seria desenhista ao crescer. Afinal, era isso que eu amava do fundo do meu coração, e dizia que lutaria por isso.

Mas o que eu não imaginava, era que eu me depararia com outros caminhos ainda mais intensos em minha vida…

minha história com a escrita

Essa sou eu, enquanto não sabia escrever nada, haha.

Eu aprendi a escrever

Foi com 7 anos de idade, no entanto, que eu finalmente aprendi a escrever. E eu estava feliz demais por isso, porque parecia algo surreal. Eu finalmente poderia ler o que eu quisesse e escrever o que eu quisesse nos meus desenhos. Isso parecia ser a coisa mais linda da minha vida. E era. E ainda é.

Comecei a redigir as mais diversas estórias que vinham à minha mente. Eu costumava observar as coisas mais sutis da vida e, a partir delas, eu escrevia infinitas frases, textos e afins. Gostava de pôr no papel tudo que eu via, como se eu tentasse transparecer para os outros, o que os meus olhos enxergavam.

Na verdade, eu ainda acredito que esse seja o meu propósito. Fazer com que as pessoas coloquem-se no lugar de outras a partir de leituras. Proporcionar a elas descobertas que eu também fiz, nos mais diversos âmbitos da vida.

E foi assim que eu comecei a montar cadernos e mais cadernos com estórias, contos, enfim… Tudo que você pode imaginar. Eu criava frases, escrevia cartas fofas para as minhas amigas, passava o tempo todo escrevendo.

Quando tinha trabalho da escola, eu era simplesmente apaixonada por ser a responsável por escrevê-lo de um modo metódico e mágico. E assim, eu fui desenvolvendo a arte de escrever.

Minhas estórias na frente de casa

Vou lhe contar agora uma parte muito significativa de minha vida. Na realidade, muita gente poderia enxergar como um problema de sociabilidade, o que talvez não deixa de ser, mas, em contrapartida, o dito “problema” me abriu para quem eu sou hoje.

Quando eu era criança, eu costumava ficar horas e horas caminhando na frente de casa. Sim, eu apenas, caminhava. Andava de um lado para o outro. E quem via de fora, devia pensar que eu tinha algum desequilíbrio mental e tenho certeza que muitos ficavam doidos para me darem um delicioso diagnóstico.

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A casa de infância.

Mas minha mãe e meu pai não deram. Não deram diagnóstico. Tampouco criticaram o que eu fazia. Mas sim, me deram o espaço que eu queria para simplesmente viver estórias na frente da minha casa. E era exatamente isso que eu fazia.

Todas as tardes eu brincava no quintal. Explorava cada centímetro dele. Me atentava para cada coisinha que ele pudesse ter para me mostrar. E isso se repetia, dia após dia. 

O que muita gente não sabia, é que enquanto eu caminhava e observava cada grão de areia, eu estava, ao mesmo tempo, pensando em enredos. Sim, eu criava roteiros dentro da minha cabeça.

Estória com o passarinho pequeno que eu vi. Estórias com a formiga que carregava a plantinha. Estórias com a água da chuva que ainda estava escoando do dia anterior por entre as pedras da rua. Tudo, pra mim, era motivo de estória.

E eu passava horas criando elas na minha mente. Caminhava para lá, e pra cá. E eu sentia um prazer que eu jamais conseguirei descrever.

Ao anoitecer, eu entrava em casa, tomava um banho e jantava. Mas, sabe o que eu fazia depois disso tudo? Eu escrevia no papel toda a estória que eu havia desenvolvido durante aquela tarde.

E assim eu ia. Todos os dias. Todas as tardes. Todos os momentos.

Criava novelas na minha mente. Séries. Filmes. Todos os tipos de estórias que você pode imaginar. Eu desenvolvia falas, personagens, momentos, acontecimentos, mistérios e soluções.

Eu estava fissurada por criar.

E isso não parava aqui.

Na hora de dormir, minha mente se mantinha igual. Eu ainda estava vivendo um turbilhão de estórias que queriam, a todo custo, serem postas no papel. Mas eu pensava “Amanhã vou brincar com essa estória na frente de casa, e só depois disso eu vou escrever”. 

E assim eu fui. Até encontrar um computador.

A carta para a Todolivro

Outro marco significativo que tenho em minha vida foi quando, com 9 anos de idade, eu enviei uma carta para a Editora Todolivro. Nela eu escrevi sobre a minha paixão por escrever. Eu apenas escrevi isso, de graça, sem nem entender o que diabos eu estava fazendo.

Mas, junto da carta eu enviei um dos meus cadernos de estórias. Eu queria que alguém importante de lá, lesse. 

E eles leram.

Não só leram, como me enviaram uma carta linda de volta. Nessa carta, elogiavam o meu trabalhinho e diziam para eu dar continuidade que eu iria “longe”. Falaram para eu nunca desistir do meu sonho de ser escritora, pois certamente eu teria bons resultados.

Eu chorei de emoção com a resposta deles e eternizei aquelas palavras dentro de mim.

Minha sede por escrever na escola e na vida

A minha sede por escrever era insaciável. Na verdade, sendo bem sincera, ainda é. Ainda hoje eu busco um meio de sempre despejar palavras em telas brancas de computador ou em papéis recolhidos no canto da casa. Eu ainda procuro derramar pensamentos que não se sustentam só na minha mente. Eles insistem em aparecer em forma de caracteres.

Ao longo de toda a minha infância, eu escrevia demais. Eu levava para a escola as minhas estórias e lia antes de começar a aula, para todos os meus colegas. Eles me incentivavam, e assim, eu fui indo cada vez mais afundo nesse lance de ler e escrever.

Criei infinitos blogs. Criei infinitas contas nas redes sociais apenas para tentar suprir essa demanda de escrita que invadia quem eu estava me tornando. Penso que na minha adolescência eu vivia o ápice de querer escrever o tempo todo, especialmente sobre sentimentos.

A faculdade

O tempo passou e eu me vi engajada em outro caminho muito significativo pra mim: o de escutar pessoas. Pois além de escrever MUITO, eu amo escutar TUDO que as pessoas têm para me dizer, desde que elas se sintam à vontade para tal.

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Na faculdade, aliás, no dia das fotos do convite, achando que sabia de alguma coisa.

Com isso, fui desenvolvendo minha trajetória enquanto psicóloga. E na faculdade a minha sede por escrever me acompanhava a todo instante. Eu posso notar isso em todos os roteiros de estudos, trabalhos e todas as questões de prova que eu fiz. Tudo que eu respondia com mil e uma palavras, pareciam sempre necessitar de mais e mais dizeres.

Eu não sei explicar o que acontece comigo! Eu só sei que preciso, a todo momento, pensar em frases que exprimem tudo que há dentro de mim. Parece que só assim eu consigo escutar o que eu tenho a dizer. Enquanto que aos outros, eu escuto a voz, a mim, eu só escuto minhas escritas.

E ainda bem que eu escuto…

A descoberta do trabalho como freelancer

Quando me formei psicóloga, veio todos aqueles sentimentos de incertezas e dúvidas que a gente sabe que um acadêmico recém formado sente. Eu lembro bem, do dia que passei a tarde chorando com medo do que me aguardava.

Era uma época um tanto difícil pra mim. Eu não tinha um bom salário. Está bem… Eu recebia mal pra caralh*! Ainda mais se considerarmos todas as necessidades que eu tinha que suprir em minha vida.

Com isso, eu me vi à beira de um abismo, que me afogava com as possíveis dívidas que eu teria que começar a acumular para, desse modo, tentar erguer algo em minha vida.

Foi dia 11 de janeiro de 2018 que eu passei mais de três horas chorando sobre o meu currículo. Sim, isso mesmo que você leu. Eu estava sozinha em casa e passei esse tantão de horas chorando sem entender o que eu poderia fazer da minha vida.

Mas… Eu escutei a minha angústia. Como? Colocando-a em palavras.

Eu pesquisei a seguinte frase: “como ganhar dinheiro escrevendo?”

E então… Minha vida mudou pra sempre.

Eu encontrei diversos sites de trabalho freelancer, embora eu tenha me embasbacado em alguns. Algumas coisas ainda estavam confusas. Como eu poderia cobrar para escrever algo para alguém?

Bem, eu não tinha muita ideia do caminho que eu queria percorrer em meio a isso. Mas eu já havia plantado uma semente: eu sabia que seria escritora e que isso ainda me sustentaria de uma maneira sólida.

E então, comecei a mandar minhas primeiras propostas. Enviei uma, duas, três. Até que notei que eu só poderia mandar 10 por semana, naquele site. Fiquei mordendo os lábios, e eu ainda soluçava por conta do tanto que eu havia chorado antes mesmo.

Até que… Bem…

Meu primeiro cliente me contratou no primeiro dia!

Ué! Eu pensei… Como assim alguém real quer que eu escreva?!

E tudo mudou desde então.

minha história com a escrita

Uma das minhas maiores inspirações para escrever sempre foram as escritas da Ana Suy.

A consolidação da minha carreira

Foi em apenas 2 meses que eu pude desfrutar de uma consolidação da minha carreira enquanto redatora. Eu já estava com mais de dez clientes, muitos deles fixos, que me demandavam uma quantidade muito bacana de trabalhos.

Com isso, fui vendo que meu trabalho fixo já não tinha mais sentido. E então, pedi demissão.

Sim, eu larguei a carteira assinada para “arriscar” neste universo de empreender pela internet. E eu segui. Feliz. Realizada. Com medo? Sem dúvidas! Mas, crente de que o que eu sempre queria para minha vida, era isso.

Fui construindo certa autoridade, fui aumentando meu valor, meus conhecimentos e minha experiência. Fiz curso de SEO, Pinterest, Produção de Conteúdo para Web, e fui crescendo a cada dia.

Sei que ainda tenho muita coisa para aprender, mas sei também que hoje, 2 anos depois, eu tenho a certeza de que escolher trabalhar escrevendo foi a melhor coisa que já fiz em minha vida profissional.

E posso arriscar dizer que na pessoal também.

O início da segunda faculdade

Depois de tudo isso, eu resolvi ouvir meus instintos mais caladinhos, e decidi começar a minha segunda faculdade. Hoje, sou acadêmica de Letras/Português, e caminho em busca do desenvolvimento de minha carreira a cada dia.

Meu maior sonho, atualmente, é lançar meu primeiro livro. E eu sei que eu estou quase lá. Eu vou chegar lá! E eu quero muito que você, que está lendo esse textão sobre mim, leia-o assim que ele estiver pronto.

A partir de agora, você poderá acompanhar cada passinho meu neste blog, que vinculo com meu portfólio para que você conheça mais sobre o meu trabalho e o meu dia a dia como redatora.

Afinal, uma coisa, em meio a essa história imensa, é certa: Dessa história, muitas estórias ainda sairão, e junto delas, um pouquinho de mim também vai. Com isso, afirmo: palavras são a essência da minha vida.

E olha que elas podem aparecer sem som ou caractere, viu?

Camila Bonatti

Redatora. Psicóloga (CRP12/17354) formada pela Faculdade Metropolitana de Blumenau. Psicanalista em formação. Acadêmica de Letras - Português na Uniasselvi. Ghostwriter, apaixonada por escrever desde os 7 anos de idade. Copywriter. Especialista em produção de conteúdo para web, SEO on page e marketing de conteúdo. Especialista em produção de conteúdo para Pinterest. Blogueira há mais de 10 anos, somando cerca de 3000 artigos publicados na web.

5 Comments

  • Jéssica

    Responder 2 de setembro de 2020 17:10

    Quando você diz que ficava criando histórias até para as formigas no quintal, isso me faz pensar que vc era uma criança criativa como muitas ou quase todas. Mas no decorrer do texto fica claro que você carrega essas histórias e detalhes como se fossem poesia dentro do coração, o que, entretanto, me faz pensar que mais do que criativa e curiosa, você (já) era poética e intensa.

  • Raquel Peyerl

    Responder 6 de setembro de 2020 14:15

    Que lindo, Camila! Voe alto! Ansiosa por seu livro. Beijos no coração.

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